domingo, 3 de abril de 2011

A CARA DO PASSADO

Inverno
O vento frio, melancólico bate em meu rosto suavemente
trazendo-me sua lembrança
tão sutil quanto o crepúsculo
de uma tarde de domingo...
Sinto saudade de um amor tão próximo
e tão distante ao mesmo tempo
Começa a chover e as gotas batem
levemente à minha janela
contrastando com a violência
das trovoadas que me estremecem
trazendo meus medos à tona
São justamente dias como este
que me fazem lembrar de você...
Mais que um amigo esquecido no passado
em eterno fantasma de minha triste solidão!
Uma música calma de letra fútil
sem muito significado
diria até despretensiosa
soa em meus ouvidos
como trilha sonora de uma antigo filme americano
de meados de 1960
fazem com que, mais ainda,
lembre-me de você.
Não que tenha a sua cara,
mas tem a cara das pessoas que não se vêem à muito,
e sentem saudade uma da outra
(embora eu não saiba se sentes saudade de mim)
Mas isso já não mais importa!
Os milhares de prédios, casas e ruas que nos separam
foram quebrados essa tarde pelo fio do telefone.
Suportarei a saudade por mais um bom tempo, creio...
Esse sentimento platônico
de vez em quando me faz rir,
me faz chorar,
por vezes até te odiar
por a vida ter feito com que você cruzasse o meu caminho,
mas principalmente
me faz sentir saudade daquele amor que jamais esquecerei.
A chuva parou,
a música continua soando em meus ouvidos
e as folhas, balançadas pelo vento cortante e frio do inverno
parecem acompanhá-la
e isso me traz lembranças suas
(...)
engraçado como o inverno tem a sua cara!
A cara do passado...

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